A partir de agora, a ordem da família é enchê-lo de amor para que supere os traumas causados pela tragédia. O pai da criança, Joel Alexandre de Lima, de 41 anos, acompanhou o filho durante todo o período de internação. Ele lembra que o susto foi imenso, pois quando soube do acidente, não imaginou que o próprio filho poderia estar no ônibus. A notícia chegou por meio de um parente, quando estava no município de Correntes, em Pernambuco.
“Ele foi com a mãe, a tia e cinco primos. Quando a notícia chegou para mim de que ele estava entre os feridos, foi um baque muito grande. Fiquei angustiado e assim que consegui viajei para União dos Palmares para ver os meus familiares que estavam em casa e no Hospital Regional da Mata [HRM]. Enquanto isso, a mãe dele pediu para uma amiga vir ao HGE ficar com ele até a minha chegada”, recordou Joel, que é divorciado da mãe da criança e tem outros dois filhos.
A criança precisou ser internada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica para avaliação de diferentes médicos especialistas, como ortopedistas, neurocirurgiões e pediatras. Após evoluir bem, foi transferido para enfermaria pediátrica, onde permaneceu até a alta hospitalar. Nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, farmacêuticos, terapeutas ocupacionais e técnicos de enfermagem também participaram do tratamento.
“É uma alegria enorme para a gente dar alta à mais uma criança vítima do acidente na Serra da Barriga. Apesar de toda a gravidade do acidente, essa criança não sofreu nenhum dano cerebral, não sofreu fraturas e nem lesões graves. Ela vai embora, hoje, com o pai, muito bem, e vai ser acompanhada pela nossa rede ambulatorial no Hospital da Criança”, afirmou a médica pediatra Ana Carolina Ruela.
A mãe da criança, de 35 anos, também precisou da assistência especializada do HGE. Ela sofreu escoriações e uma fratura na coluna, identificada após a realização de ressonância magnética no Hospital do Coração Alagoano. Para facilitar a logística da família, a vítima retornou para o HRM para continuidade da assistência. A expectativa é que em breve ela possa encontrar o próprio filho.
“Enquanto isso, como eu trabalho em uma fábrica de laticínios e fico muito tempo fora de casa, o meu filho vai ficar com os avós, que na mesma rua moram tios e primos dele. Estamos muito sentidos por essa tragédia, que entre as perdas está uma tia, irmã da mãe do meu filho. Agradeço a todos pelas orações e por estarem nos ajudando a seguir com a vida”, explicou Joel Alexandre de Lima.
O HGE acolheu 12 vítimas do capotamento do ônibus na Serra da Barriga. Oito receberam alta médica, duas faleceram e uma pessoa foi transferida para o HRM. No momento, uma mulher, de 53 anos, permanece internada e o seu quadro de saúde segue estável. O diretor geral, Fernando Melro, comenta que todas as equipes trabalharam com coração para melhor assistir cada ferido.
“O HGE é gigante e tem mostrado que salva vidas. Realizamos um trabalho importante também no acolhimento aos acompanhantes de cada familiar, amparando-os com psicólogos e assistentes sociais. O nosso objetivo foi diminuir desconfortos e contribuir com a eficiência do trabalho desempenhado por nossos especialistas em cada caso. Desejamos que todos possam superar essa dolorosa fase”, afirmou o gestor.