Começou com uma tosse que, mesmo com medicação, não resolveu. Então evoluiu para uma dor na garganta e, durante a madrugada do dia seguinte, surgiu a febre. Quando Rafaela do Nascimento decidiu levar sua filha Ayla para uma unidade de saúde em Messias, cidade onde a família reside, a criança já tinha dificuldade para respirar. Não deu outra, o melhor foi transferir para o Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares, onde foi confirmada a pneumonia.
A notícia assustou os pais da menor, que cuidavam com dedicação de sua filha única de 4 anos. Antes desse susto, nada semelhante aconteceu, somente alguns episódios de gripe, que após certo tempo era curada. O diagnóstico ocorreu após a equipe médica auscultar os pulmões e analisar as imagens coletadas por meio de uma radiografia do tórax, que apresentou uma mancha no pulmão direito.
“Nesse momento, a minha filha já estava respirando com ajuda de um cateter com oxigênio. Devido à gravidade tão repentina, a decisão dos médicos foi fazer uma nova transferência, agora para o HGE [Hospital Geral do Estado], em Maceió, para o tratamento mais especializado. Uma ambulância nos trouxe para cá e logo a minha filha foi acolhida na UTI [Unidade de Terapia Intensiva]. Foi muito rápido. A tosse começou na quinta-feira [15], buscamos atendimento médico na madrugada de sexta-feira [16] e à noite já estávamos em Maceió”, relatou Rafaela do Nascimento, de 27 anos.
Mesmo com o resultado dos exames, a equipe que admitiu a menor na maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas solicitou novas avaliações, incluindo a realização de exames laboratoriais. Isso foi importante para os médicos definirem o melhor antibiótico para combater o microrganismo que está causando a pneumonia. Nesta segunda-feira (19), a pequena messiense saiu da UTI e agora segue com o tratamento em enfermaria.
Segundo explicou o pediatra do HGE, Marcos Gonçalves, a pneumonia é uma infecção que acomete os pulmões e pode ser causada tanto por vírus, como bactérias.
"A maioria das pneumonias é causada por vírus, mas, de vez em quando, a gente se depara com casos mais graves, severos, causados pela ação de bactérias. Na maioria das vezes, o paciente sente desconforto respiratório, tosse, aceleração na respiração, febre e produção de secreção”, detalhou.
É possível que o quadro seja mais brando, cujo tratamento pode ser cumprido em casa. Entretanto, o médico alertou para que nenhum medicamento seja iniciado sem a orientação médica, uma vez que o efeito pode agravar a situação clínica. E quando a tosse se intensifica, piorando o desconforto respiratório, a busca pela unidade de saúde mais próxima deve ser imediata, conforme recomendou Marcos Gonçalves.
“Quando o paciente chega aqui no HGE, nós fazemos os exames necessários, como hemograma, radiografia do pulmão, para confirmar se a pneumonia existe realmente. Se identificada, iniciamos o tratamento, que na maioria das vezes é feito com hidratação, analgésicos, e, quando é bacteriana, também antibióticos”, acrescentou o pediatra do HGE.
O HGE é porta aberta para o atendimento pediátrico e conta com profissionais qualificados para assistir o paciente com pneumonia de todas as idades. A doença está entre as causas mais comuns de morte no mundo, sendo uma das causas do óbito em pessoas que sofrem de outras doenças crônicas graves. Alguns tipos de pneumonia podem ser evitados através da imunização.
“Por isso, a nossa recomendação é a busca pela vacina contra a bactéria pneumococo, contra a Influenza, que na maioria das vezes pode proteger o indivíduo para não desenvolver a pneumonia”, orientou o especialista do HGE.
