No velório e no sepultamento de Biu de Lira, como era chamado, compareceram autoridades locais e nacionais, trazendo reverência à história de quase 60, dos 82 anos que viveu, tendo sido dedicados à vida pública. Pode se dizer, que esse foi o último ato político dele, que mobilizou tantos nomes para um último adeus.
No cemitério Parque das Flores, em Maceió, após a missa de corpo presente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), estava lá no papel filho, vivendo o luto ao lado da família.
“E hoje a matéria dele foi embora. Eu queria agradecer a todos, foram amigos do Brasil todo que fizeram esforço para estar aqui para dar um adeus a ele. Deputados amigos dele, senadores amigos dele, prefeitos, cidadãos comuns. Muitas pessoas que ele fez bem a vida toda, e a gente não sabe agradecer nesse momento”, disse Lira em um pronunciamento aos presentes e à imprensa.
Emocionado, Arthur Lira falou sobre a memória deixada. “Me perdoe, não é um momento apropriado, e eu queria só agradecer a presença de todos, o carinho que sempre tiveram por ele, que dedicou a vida toda, quase 60 anos de mandato, trabalhando por Alagoas, sem que ninguém soubesse do sofrimento que ele carregava por mais de 20 anos, nunca fez propaganda, sempre foi um guerreiro, e um guerreiro tem o tempo de descansar, tem o tempo de deixar um pouco o sofrimento de lado e estar junto de Deus. Então, nós estamos com a consciência e um coração tranquilo”.
Sobre o legado deixado pelo pai, Lira destacou a preocupação pelos mais humildes.
“O legado de um homem público da melhor qualidade, ele sempre tem um chavão que hoje muita gente copia: ‘que a política se não for pra modificar a vida das pessoas mais humildes, ela não serve pra nada’. Isso ele dizia, eu era novinho. Tem muita gente que entrou na política hoje que repete esse chavão, porque realmente é o que importa. E o legado dele sempre foi se preocupar com as pessoas mais carentes, que não tinham habitação, com as pessoas mais carentes que não tinham atendimento médico, com as pessoas mais carentes que tinham filhos especiais, com as pessoas mais carentes que não tinham qualidade de pré-natal adequada, que não tinham educação adequada. Isso ele teve a oportunidade dada pela população da Barra [de São Miguel] de fazer nesses últimos quatro anos. Naquele município, que é um município pequeno, com 8 mil habitantes, com uma demanda de 50 mil na época do veraneio, com uma demanda nacional altíssima. E ele, ao longo da sua vida, desde vereador de Junqueiro, vereador de Maceió, prefeito interino, presidente da Câmara, presidente da Assembleia Legislativa duas vezes, nos três mandados. Deputado federal por outros três, senador e prefeito eleito de dois mandatos, ele fez muito bem a muita gente, e eu espero que Deus o trate com a merecida reverência de um homem de bem. É isso que a gente leva com muita tranquilidade no espírito”, disse.
A última lembrança foi uma ligação, no final de 2024. “Dia 28, ainda internado, ligou pra mim e perguntou que dia é hoje? Dia 28, por quê? ‘A posse, meu filho! Tenho que estar pronto para a posse’. Ele vivia, respirava, trabalhava e lutava todos os dias, pra fazer da política, da sua arte e o seu maior legado”, finalizou Arthur Lira.
