Com a aposta de fazer uma bancada completa na Câmara Municipal de Maceió, o Partido Liberal (PL) investiu pesado na campanha eleitoral desse ano. Com uma contribuição padrão para todos os seus candidatos a vereador, de R$ 300 mil cada, a direção nacional do partido deixa claro que Maceió é uma de suas grandes prioridades.
Enquanto os outros partidos elegeram candidaturas estratégicas para distribuir o recurso, o PL não teve dificuldade em fazer um repasse bastante robusto para todos.
De acordo com Ivan Carvalho, presidente do PL Maceió, essa é uma estratégia que partiu da nacional. “O teto [limite legal de gastos da justiça eleitoral] é R$ 326 mil, só que pelo posicionamento do prefeito JHC nas pesquisas, a gente deslumbra aí a possibilidade de um resultado positivo para o partido aqui no Estado. A ideia do partido, da nacional, foi fortalecer tanto quanto possível a bancada. Então, nós temos 27 vagas, são 28 candidatos, por mais que nem todos ganhem é importante que eles performem bem para que possamos fazer o maior número possível de vereadores do partido”.
O investimento no PL nas eleições de Alagoas inclusive não se restringe à capital. “O prefeito JHC que é o presidente regional do PL. Então, não apenas em Maceió, mas em algumas cidades estratégicas ele conseguiu viabilizar junto à nacional do partido uma ajuda de substancial, maior do que a que se está acostumado”.
É possível ver esse exemplo em São José da Lage, por exemplo, em que a candidata Fabrícia (PL) recebeu R$ 370 mil do fundo partidário, enquanto sua adversária, Vanessa (MDB), faz campanha com apenas R$ 165.700,00.
Ivan Carvalho avalia que esse valor é necessário por conta da extensão territorial de Maceió.
“A gente está falando de uma cidade de um milhão de habitantes, uma cidade que tem uma extensão territorial grande, um adensamento populacional também importante aqui em Maceió. Campanha aqui em Maceió, você vai você vai para os bairros vamos fazer uma presença de rua para levar o número divulgar. O próprio ex-prefeito Cícero Almeida tem muita gente que não sabe que ele é candidato. E olha que ele é o cara que já foi prefeito duas vezes já foi deputado, é um cara que tem um lastro”.
Na opinião dele, toda a estrutura é necessária para que a campanha seja efetiva. “É importante ter uma equipe de seis pessoas com duas vans, já consumiu aí parte substancial desse recurso. Adicionalmente a isso, o PL deu assessoria jurídica, assessoria contábil e um pacote mínimo de assessoria de comunicação. Embora seja muito dinheiro, para mim pessoa física resolveria a minha vida, mas para a política, campanha é um empreendimento, infelizmente caro”.
Apenas dois candidatos pelo partido receberam uma quantia diferente. Uma foi Edlene Ferreira, que recebeu R$ 293.526,05. Ivan explica que isso não foi proposital, foi um problema que aconteceu na direção nacional. Já o candidato Caio Bebeto, não recebeu nada. Ele informou que não utilizaria o fundo eleitoral, uma opção dele, é a avaliação dele. Mas tem um dinheiro previsto em lei, extremamente legal. Se ele não quer, é respeitado, óbvio, mas não tem absolutamente nada de errado na existência e utilização desse recurso”. Com isso, o filho do deputado Cabo Bebeto declara um total de R$ 53.000,00, praticamente um sexto do valor que os colegas de partido.
QUEM RECEBEU
Com exceção de Caio Bebeto, os candidatos que receberam recurso do fundo partidário são Alan Balbino; Alex Anselmo; Brivaldo Marques; Cal Moreira; Camila Porciúncula; Chico Filho; Cleo Costa; Cleber Costa; Dra. Célia Fernandes; Dudu Hollanda; Edlene Ferreira; Eduardo Canuto; Galba Netto; Ib Brêda; Jeannyne Beltrão; João Tigre; Jonatas Omena: Leonardo Dias; Luciano Marinho; Marcelo Palmeira; Mauro Guedes Jr; Neto Andrade; Poli Soares; Salete Tavares; Sarah Nobre; Siderlane Mendonça; e Ten. Cel Danielli.