De 2020 até este ano, o patrimônio declarado da maioria dos vereadores de Maceió candidatos à reeleição cresceu de forma bastante significativa. De acordo com os dados publicados pela Justiça Eleitoral, apenas três tiveram redução no patrimônio, e dois permaneceram exatamente da mesma forma. Entre os demais, há crescimentos de até R$ 938 mil, que é o caso do vereador Marcelo Palmeira (PL). Ele tinha R$ 1.501.053,13 em 2020, e agora tem R$ 2.439.873,30. Dividindo o valor que aumentou pelos meses trabalhados na casa, é como se tivesse alcançado uma renda de mais de R$ 21 mil mensais.
Aos 42 anos, Marcelo Palmeira voltou a exercer mandato de vereador e já chegou a ser vice-prefeito de Maceió em dois mandatos consecutivos na gestão de Rui Palmeira (PSDB à época). Pela biografia apresentada no próprio site da Câmara, a sua atividade profissional tem se concentrado na política, inicialmente em cargos comissionados, e depois em eletivos.
O segundo maior foi Galba Netto (PL), que aumentou em R$ 478.728,00. O parlamentar saiu de um patrimônio de R$ 984.456,30 há quatro anos, para R$ 1.463.185,26 agora. Atuando como presidente da Câmara, o parlamentar parece ter se destacado nos ganhos também. E a partir daí, é possível considerar que os vereadores podem ter acumulado o valor dos vencimentos, e com isso seria possível chegar ao patrimônio pós mandato. Afinal, até julho de 2024, são 43 meses de salário. Com uma renda líquida de pouco mais de R$ 11 mil, é possível acumular o patrimônio, caso não precise usar o salário para sobreviver.
Teca Nelma (PT), é a terceira que mais cresceu. A diferença entre seu patrimônio entre 2020 e 2024 é de R$ 457.024,61. Começando com R$ 85.345,54 a vereadora chegou a R$ 542.370,15. Nelma fica em primeiro lugar, considerando os vereadores em primeiro mandato. Em seguida, com R$ 434.093,85, aparece Silvânia Barbosa (Solidariedade). Apesar de não ser o primeiro mandato, ela tinha um patrimônio mais modesto em 2020, e conseguiu dar um salto, saindo de R$ 120.233,38 para R$ 554.327,23. O também veterano Chico Filho (PL), figura com R$ 340.398,25 a mais que antes. Seus R$ 845.000,00 se tornaram R$ 1.185.398,25.
Kelmann Vieira (MDB), que passou boa parte do mandato afastado para assumir uma secretaria de Estado, também cresceu. São R$ 415.095 a mais atualmente. Ele informou R$ 474.849,54 em 2020, e agora quase dobrou chegando a R$ 889.944,74. João Catunda (PP), outro que está em seu primeiro mandato, alcançou um patrimônio R$ 397.024,62 maior que o que tinha ao chegar. A alteração o fez sair de R$ 181.875,38 para R$ 578.900,00.
Ainda sobre os estreantes na Câmara, Cal Moreira (PL) aparece com uma evolução de R$ 381.774,34. Uma realidade de R$ 130.000,00 que agora se tornou R$ 511.774,34. Olívia Tenório (PP) subiu R$ 363.021,63, alterando seu patrimônio de R$ 90.438,29 para R$ 453.459,92. Já Brivaldo Marques (PL), agora tem exatamente R$ 246.152,64, considerando que começou o mandato sem bem a declarar, esse foi o seu crescimento total.
Leonardo Dias (PL), declarou uma quantia R$ 151.240,56 mais volumosa que há quatro anos, passando dos R$ 424.333,33 aos R$ 575.573,89. Joãozinho (MDB) cresceu R$ 138.990, pois seus R$ 320.000,00 em 2020 chegaram à marca dos R$ 458.990,00 esse ano. Valmir Gomes (PT) que tinha R$ 30.000,00, agora possui R$ 123.564,47. Um aumento de R$ 93.564,47. Entre os que estão iniciando na vida pública, o que teve o menor crescimento foi Aldo Loureiro (PDT), que acumulou apenas R$ 15 mil a mais do que tinha antes de ser empossado. Ele declarou R$ 100 mil em 2020, e agora R$ 115 mil.
O patrimônio de Siderlane Mendonça é, hoje em dia, R$ 190.214,71 maior que em 2020, já que ele tinha R$ 64.546,00 e agora tem R$ 254.760,71. E, Davi Davino (PP), encerra mais um mandato na Casa com R$ 115.539,31 a mais que 2020. Seu patrimônio era R$ 1.041.705,96 e agora é R$ 1.157.245,27. Cleber Costa (PL), que passou boa parte do mandato afastado ocupando uma secretaria municipal da gestão JHC, atualmente tem R$ 54.766,55 a mais do que em 2020. Foram R$ 743.882,56 na última eleição, e R$ 798.649,11 agora.
No levantamento feito pela reportagem da Tribuna Independente com base nas informações prestadas pelos próprios vereadores e candidatos à reeleição ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que três parlamentares apresentaram redução no patrimônio declarado.
Eduardo Canuto (PL) está com R$ 24.456,63 a menos do que tinha antes. Seus bens caíram de R$ 600.167,96 para R$ 575.711,33 nesse período. Luciano Marinho também teve uma queda de R$ 109.545 em seu patrimônio, que mudou de R$ 584.545,00 para R$ 475.000,00. O que mais chama atenção é Zé Marcio (MDB), que antes tinha R$ 115.000,00 e hoje não possui bens a declarar.
Fernando Hollanda (MDB) permanece exatamente com o mesmo patrimônio que tinha em 2020, não perdeu nada, mas também não cresceu. São exatos R$ 204.950,00.
Já Oliveira Lima (Republicanos), que iniciou o mandato sem nenhum bem a declarar, encerra com a mesma situação.
Vários são os aspectos que podem ser observados na prestação de informações dos vereadores em Maceió à Justiça Eleitoral, seja pela atividade profissional desempenhada, ou até o patrimônio anterior acumulado, pois na realidade econômica atual, é mais fácil alguém que possui patrimônio acumular mais capital do que quem não tem.
O vereador Marcelo Palmeira (PL), por exemplo, o que mais arrecadou nesse período, começou o mandato com um patrimônio de R$ 1,5 milhão. Já Olívia Tenório (PP) e Teca Nelma (PT), ambas iniciando a vida pública, saíram de valores abaixo dos R$ 100 mil e multiplicaram em 5 a 6 vezes o patrimônio original. É inegável que, tanto pelo salário quanto pelos benefícios (legais) oferecidos, o mandato na Câmara é um emprego eletivo bastante rentável por quatro anos.
Outro detalhe que vale ressaltar, é que durante o mandato eles aprovaram um generoso aumento para si próprios, que passa a valer em 2025 para os que conseguirem sucesso nas eleições de outubro desde ano. O salário atual é de R$ 15.031, e com os descontos chega a R$ 11.135 líquido. Ano que vem passará dos R$ 18 mil sem os descontos.