O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que apoiará à reeleição do prefeito de Maceió, JHC (PL), mesmo sem indicar o vice para a chapa. Lira disse que a aliança já está formada e JHC, por ser bem avaliado, tem a liberdade de escolher quem quiser para ocupar o posto. De acordo com o parlamentar, a articulação mira as eleições de 2026, ano em que pode ser candidato ao Senado com o apoio do grupo político do atual prefeito da capital alagoana.
JHC escolheu um nome diferente dos apresentados pelo presidente da Câmara para vice em sua chapa, e já disse a aliados que o posto caberá ao senador Rodrigo Cunha (Podemos). Caso seja reeleito neste ano, o prefeito é cotado para tentar o governo de Alagoas em 2026, deixando a prefeitura nas mãos do seu vice. A movimentação ainda garantiria à família Caldas uma cadeira no Senado, já que a mãe de JHC, Eudócia Caldas, é a suplente de Cunha.
“A discussão do vice de Maceió ganhou uma proporção inacreditável, parece que estamos falando do vice do Joe Biden ou do Donald Trump (candidatos à presidência dos Estados Unidos). JHC é meu aliado, sim. Temos trabalhado juntos por Maceió nos últimos anos e costuramos os apoios de partidos em torno do JHC. Especula-se muito o vice do JHC, mas o prefeito é bem avaliado e quer se resguardar politicamente. Nosso debate não é sobre o vice deste ano, é sobre 2026. Queremos uma construção. Hoje, penso em ajudar os amigos, eleger prefeitos”, avaliou o presidente da Câmara Federal em entrevista ontem (22), ao O Globo.
Sobre a possibilidade de ser candidato ao Senado nas próximas eleições, Arthur Lira não refutou a hipótese.
“Há uma especulação forte em Alagoas [sobre ser candidato ao Senado]. Por quê? Porque, para deputado federal, tenho 52 prefeitos. Fui o federal mais votado da história de Alagoas, presidente da Câmara, ajudo muito meu estado, meus municípios. Então, é lógico que o nome é lembrado”, disse.
Ele afirmou que uma eventual composição com Renan Calheiros, seu adversário local, e que também deve se lançar ao Senado, é “improvável”. “É muito difícil. Na política, é possível, mas penso que é muito difícil. Partiu sempre dele [a briga]. De um dia para a noite, o senador Renan, num comício no Sertão, agrediu o meu pai. Aí, ao invés de o meu pai reagir, quem reagiu fui eu, e tudo começou”.