O governador Paulo Dantas recebeu integrantes do Programa Digaê, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), que busca o desenvolvimento de moradores de áreas vulneráveis de Maceió, através de ações de valorização social. Em sua primeira etapa, a ação envolveu mais de 80 jovens, entre 15 e 24 anos, de 32 grotas da capital de Alagoas, em oficinas formativas voltadas ao direito à cidade, linguagens de comunicação e engajamento comunitário. A ideia é transformar a iniciativa como instrumento de política pública.
Considerando a importância do Programa Digaê para o contexto de vulnerabilidade socioeconômica, que a juventude está exposta, Paulo se colocou à disposição da ONU para garantir a continuidade do programa e anunciou apresentar a iniciativa em um concurso nacional voltado a projetos sociais inovadores. “Vamos voltar a discutir esse programa para transformá-lo em uma política pública e até mesmo em um projeto de lei para que mais jovens sejam atendidos. Acredito ainda que esse projeto será vitorioso em um concurso que irei apresentar e receberá, ainda, reconhecimento e internacional”, disse.
O coordenador do Programa Digaê, Alex Rosa, disse que a ação tem um ano de duração e faz parte de um acordo de cooperação entre o ONU Habitat e o Governo de Alagoas. “Durante dois ciclos de formação, esses jovens, que representam diversas grotas da cidade, produziram documentários, fotografias, textos e ações de intervenções urbanas, através do olhar deles mesmos. Eles mesmos construíram com as vivências deles uma coletânea riquíssima de informações”, disse.
Morador da Vila Emater, Antônio Givaldo, de 19 anos, disse que atualmente cursa Relações Públicas, na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), motivado pelas ações proporcionadas pelo Programa Digaê. “O Programa Digaê abriu várias portas e proporcionou várias oportunidades para que os jovens das periferias vejam um futuro melhor. Além disso, através da iniciativa consegui dar visibilidade às pessoas LGBTQIA+ das periferias”, destacou Antônio que se tornou jovem mobilizador do programa.
Também jovem mobilizador do programa, Roberto Silva, 27 anos, e morador do Vergel do Lago, ressaltou a importância da ação como instrumento de interlocução entre o Governo do Estado, organizações e as comunidades carentes. “A gente conseguiu fazer com que a própria comunidade pudesse entender que ele também faz parte do processo de transformação social e que tem capacidade de contribuir com o governo em executar ações transformadoras. Mas é preciso dar as mãos”, disse.
Moradora da Grota das Piabas, no Jacintinho, a também monitora Eloísa Graciliano, 21, ressaltou que a iniciativa conseguiu dar visibilidade a jovens moradores de regiões atingidas pela Braskem, na região do Tabuleiro, bem como os atendidos pelo Centro de Referência da Assistência Social (Cras), do Benedito Bentes. “A gente promoveu um aulão sobre audiovisual com os jovens destas duas regiões para que eles mesmos possam contar suas próprias histórias, dando assim, visibilidade aos seus enfrentamentos do dia a dia”, destacou.
Já o jovem Felipe da Mota Ferreira, 25, morador do Vergel do Lago, disse que por meio do Digaê conseguiu descobrir seu talento para a área pedagógica. “Através da diversidade de ações que o Programa Digaê oferece é muito importante e é de fundamental importância darmos continuidade. Para se ter ideia, deixamos uma semente na Grota do Canaã e na Grota do Rafael ao levarmos dois ciclos de atividades do programa para os jovens destas regiões”, disse.
Participaram do encontro, que aconteceu no Palácio República dos Palmares, na tarde de segunda-feira (7), os secretários de Estado Felipe Cordeiro (do Gabinete Civil), Vitor Pereira (de Governo), Paula Dantas (do Planejamento, Gestão e Patrimônio) e Renata Santos (da Fazenda).