Com a missão de promover a integração nacional e aproximar o Brasil dos principais mercados mundiais, a atual gestão do Governo Federal incluiu o avanço das obras da ferrovia Transnordestina como prioritária no setor de transportes. Hoje, os trabalhos avançam em ritmo acelerado, principalmente no trecho entre as cidades de Acopiara e Quixeramobim, no Ceará. O ministro dos Transportes, Renan Filho, desembarcou no estado na sexta-feira (5), ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para conferir o andamento das obras no canteiro de Iguatu (CE).
Nesse trecho, são executados serviços de infraestrutura, como terraplanagem e drenagem. Na sequência, começam os trabalhos de superestrutura, instalação de trilhos e dormentes. Dos 1.206 quilômetros que a ferrovia terá, 679 quilômetros já estão concluídos.
“Nós vamos entregar a ferrovia de integração nacional, que vai reinserir o Nordeste na estratégia de desenvolvimento do país, trazendo oportunidade pra todo mundo”, assegurou o ministro Renan Filho. O avanço da obra nesta região cearense deve gerar mais 1,3 mil postos de trabalho. Atualmente o empreendimento registra 3,8 mil empregos, entre diretos e indiretos, com mais de 90% de mão de obra local. Em 2025, no pico da construção, o número pode saltar para 23.200 empregos.
"Consegui esse abençoado emprego há 5 meses e sou grato à Somafel [empresa que atua na frente cearense] e a essa obra que é a Transnordestina", celebrou o iguatuense Edmilson Chuva, 45 anos, auxiliar de via permanente. Ele já trabalhou com empresas de móveis tubulares, calçados, na área de saúde e em outros locais, mas afirma que a oportunidade na estrada de ferro chegou em hora boa: "Eu e minha família estamos tirando nosso sustento daqui. Só tenho a agradecer".
Durante a passagem por Iguatu, o presidente Lula garantiu que as oportunidades só vão aumentar. "Se depender do governo, vamos cumprir todos os acordos firmados e não vamos permitir que faltem os recursos necessários para terminar essa ferrovia", afirmou.
Com a retomada de investimentos federais no projeto, houve um expressivo salto na evolução das obras. Em 2023, foram aplicados cerca de R$ 269 milhões no empreendimento, que hoje contam com uma evolução de 61% de avanço físico. “A Transnordestina levou 16 anos para ter 40% de obra executada. Em um ano, já temos 61%! Até 2025, devemos gerar mais de 23 mil empregos. Com Pernambuco de volta ao projeto, vamos ainda mais longe!”, destacou o ministro Renan Filho.
De Eliseu Martins, no Piauí, até o Porto de Pecém, no Ceará, a Transnordestina terá uma extensão de mais de 1,2 mil quilômetros, passando por 53 municípios dos estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. A ferrovia será responsável pelo transporte de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minério. Boa parte dessa carga seguirá para o mercado externo.
"Tem gente que acha que o Nordeste não merece uma ferrovia desse tamanho. Mas tem gente como o presidente Lula e como vocês que sabem que essa região, se incentivada, tudo que aqui a gente bota, o Nordeste bota pra frente e faz o país avançar", afirmou o ministro dos Transportes.
Devido a sua prioridade, a Transnordestina teve, no governo Lula, o trecho Salgueiro-Suape (PE) reinserido no programa de aceleração do crescimento – o Novo PAC. Ele havia sido retirado do contrato de concessão na gestão anterior.
Graças a decisão, em março, do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério dos Transportes poderá retomar o investimento no segmento entre a cidade de Salgueiro e o Porto de Suape, em Pernambuco.
O TCU analisava inconsistências relacionadas ao contrato de construção e exploração da ferrovia Nova Transnordestina, o que impedia, até então, o aporte de recursos públicos federais no empreendimento. Com a decisão da Corte de Contas, os trâmites para início de execução das obras podem ser acelerados. A previsão é de que R$ 450 milhões sejam investidos nos próximos anos para conclusão do braço pernambucano da estada de ferro.
Já em 1956, a necessidade de uma conexão no Nordeste havia sido percebida, tanto que uma ligação entre Missão Velha (CE) e Petrolina (PE), passando por Salgueiro (PE), já constava no Plano Ferroviário Nacional. A construção do que viria a ser a Transnordestina foi iniciada em 1959. Porém, logo o projeto foi interrompido por ter sido considerado economicamente inviável.
Somente cinco décadas depois, em 2006, durante o primeiro mandato do presidente Lula, o Governo Federal retomou o projeto da grandiosa ferrovia, dando seguimento às obras. O orçamento atual do empreendimento é de R$ 15 bilhões.
Executada com capacidade de transportar 30 milhões de toneladas por ano, a Transnordestina é sinônimo de redução dos custos de transportes dos produtos provenientes dos pólos industriais, minerais e de agronegócios existentes na região Nordeste.
Entre os benefícios de sua implantação destacam-se:
● Incremento do escoamento de grãos do semiárido brasileiro
● Fomento ao desenvolvimento socioeconômico do Porto de Pecém (CE)
● Aumento de competitividade do setor agrícola
● Otimização do escoamento da produção do polo de fruticultura de Petrolina (PE) e Juazeiro (CE)
● Geração de empregos
Na avaliação do presidente da República, é fundamental investir não somente em rodovias, mas também em ferrovias e hidrovias de qualidade no Brasil. “Precisamos ter um sistema intermodal para utilizar todo o potencial para transportar gente, carga e para baratear as coisas para o nosso povo", ressaltou, nesta sexta-feira. “Na próxima vez que eu vier aqui a Iguatu, eu virei pela Transnordestina”, concluiu Lula.
O evento desta sexta-feira, no Ceará, contou ainda com as presenças do ministro da Integração do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; do governador do Ceará, Elmano de Freitas; do prefeito de Iguatu, Ednaldo Lavore; e do secretário de Transporte Ferroviário do MT, Leonardo Ribeiro; e parlamentares da bancada federal do Ceará, entre outras autoridades.