A corrida pelas prefeituras pode reduzir a presença de pelo menos 60 membros do Congresso Nacional nas atividades legislativas. De acordo com um levantamento do Congresso em Foco, a Câmara dos Deputados tem representantes de 17 diferentes partidos que se colocam como pré-candidatos para as eleições de 2024.
Em Alagoas, nenhum nome de deputado está confirmado ainda para a disputa da eleição de Maceió, mas há especulações. O MDB, sob a liderança do senador Renan Calheiros em Alagoas, continua em discussões para determinar o candidato que disputará a Prefeitura de Maceió nas eleições de outubro deste ano. O atual prefeito JHC (PL) gerencia a capital e é o principal oponente do partido de Calheiros, mantendo-se como favorito para a reeleição.
Segundo o presidente do MDB em Maceió, o deputado Rafael Brito, a oposição a JHC persistirá, mas a definição do candidato para a prefeitura ainda não está no radar imediato. Brito enfatizou que as definições ocorrerão próximo ao período eleitoral e às convenções partidárias.
Dentro da legenda, o nome do deputado federal é o único da bancada que pode disputar a Prefeitura de Maceió. Outro nome que já foi ventilado para disputar uma prefeitura foi do deputado Delegado Fábio Costa (PP), porém, em contato com a reportagem da Tribuna Independente, ele negou que estará em campanha este ano para concorrer à gestão de Marechal Deodoro, município localizado na região metropolitana de Maceió.
Ainda na Câmara dos Deputados, outro nome estava na cota de disputar a Prefeitura de Maceió, que era do deputado Paulão (PT). Nas últimas semanas, o PT confirmou que irá de Ricardo Barbosa, ex-vereador, para concorrer contra o prefeito JHC. À Tribuna, Paulão já confirmou que está se articulando para, em 2026, concorrer ao Senado.
Com a situação política se afunilando cada vez mais, fica evidente que outros deputados federais não estarão disputando prefeituras, porém devem fazer parte das campanhas de eleição e reeleição dos prefeitos e vereadores para fortalecer as bases eleitorais. Ou seja, por ora, estão distantes destas disputas pelos comandos de Poderes Executivos nos municípios Arthur Lira (PP), atual presidente da Câmara Federal, Isnaldo Bulhões (MDB), Luciano Amaral (PV), Alfredo Gaspar (União Brasil), Marx Beltrão (PP), e Daniel Barbosa (PP).
ALE
Dos 27 deputados estaduais, dois nomes constam como cotados para figurar na disputa Maceió. São eles: Alexandre Ayres e Dr. Wanderley, ambos do MDB. Outro parlamentar que estaria em campanha seria Ronaldo Medeiros (PT), porém, em janeiro deste ano, o parlamentar confirmou que não estará na disputa.
Movimentação no Legislativo é considerada comum em ano eleitoral
Professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e cientista política, Luciana Santana avalia que essas movimentações dos deputados federais e até mesmo na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) em ano de eleições municipais, é muito comum.
“Estamos falando de ambição política de uma forma geral e é muito comum. Essa movimentação dos deputados não é algo novo, nem uma especificidade de um estado. Isso faz parte das estratégias do partido, em tentar identificar os nomes com melhor destaque no parlamento e com chances, com viabilidade de tentar efetivamente a corrida eleitoral”, opina a especialista, em contato com a reportagem da Tribuna Independente.
Ou seja, segundo Luciana, os nomes que devem disputar as eleições são os mais competitivos ou nomes que de alguma maneira têm um impacto para o partido.
“E os partidos querem esses nomes na disputa eleitoral para poder se firmar enquanto partido ou se posicionar ou mesmo para interferir na competição política de alguma maneira, mesmo que ele não tenha a chance. No caso de Alagoas, temos poucos nomes de deputados que devem se apresentar para disputar vagas de prefeito. Mas isso não é algo problemático. Quer dizer que nesse momento alguns nomes ou estão bem colocados nas posições como deputados e querem continuar trabalhando para isso em 2026, ou alguns nomes têm chances de alterar os rumos da competição política local”, continuou.
Luciana Santana lembra ainda que, o lado positivo para os parlamentares que vão disputar as eleições municipais, é que eles não perdem o mandato se perderem a eleição. “No caso do JHC em 2020, quando ele era deputado federal e disputou a eleição municipal, teve um êxito eleitoral e abriu vaga para o suplente. Então, é isso, as ambições dos parlamentares estão aí sendo definidas. Esse ano, de forma contextual, pode-se dizer que temos poucos nomes que vão disputar as prefeituras em Alagoas”, concluiu.