Antes mesmo de o Carnaval começar, os trabalhos já foram retomados na Câmara Municipal de Maceió, porém, na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas (ALE), o recesso encerra após os festejos de momo. Parlamentares de ambas as instâncias sabem 2024 é mais um ano importante por conta do processo eleitoral. Se por um lado alguns estão batalhando pela permanência no espaço que ocupam, outros precisam construir as bases de olho na disputa de 2026, quando tentarão a reeleição ou até mesmo alcançar um cargo acima.
Na Câmara Municipal, quase todos os vereadores já declararam que tentarão a reeleição. A campanha, mesmo que não de forma oficial, já começou. Siderlane Mendonça (PL) explica que esse ano não tem descanso.
“Apesar do recesso Legislativo, permaneci com as atividades de rua, acompanhando as demandas da população, para manter o ritmo da retomada de trabalho para 2024. Como estou no segundo mandato, já vivi essa experiência de conciliar a agenda de campanha com as ações parlamentares. Agora, vou disputar mais uma reeleição, mas sem interromper os trabalhos do mandato. Afinal, nossos resultados é que mostram à população quem merece ou não ocupar uma vaga na Câmara”, destacou o vereador em contato com a reportagem da Tribuna Independente.
Os trabalhos na Casa tendem a ser direcionados a pautas mais populares, evitando desgastes que comprometam o resultado em outubro. Teca Nelma (PSD), também está focada nisso.
“Este ano estamos a todo vapor no projeto de reeleição porque queremos sim continuar representando na Câmara Municipal os interesses mais urgentes da população de Maceió. Vamos focar a nossa atuação em prestar contas de todo o trabalho que fizemos ao longo desses três anos e continuarei atenta aos problemas de Maceió, buscando sugerir respostas que garantam os direitos de todos”, ressalta a vereadora, que vai em busca do segundo mandato.
Com a bancada majoritariamente ligada ao prefeito JHC (PL), até abril devem acontecer ajustes partidários, trocas de legendas e posicionamentos que vem sendo esperados pelo menos há um ano. Nomes ligados ao MDB e ao PV já se articulam para “mudar de lado” e oficializar a posição em partidos que apoiam o gestor. Esse deve ser um ano de entregas de obras, aparições oficiais e muitos sorrisos em público.
Já na Assembleia Legislativa do Estado, que até o momento não tem nenhum deputado estadual disputando cargos diretamente, a preocupação é mais voltada com a consolidação de suas estruturas nos municípios. Temos parlamentares com bases eleitorais em todas as regiões do Estado, ou seja, os aliados prefeitos e vereadores precisam ir bem nas urnas para que em 2026 tenham força para apoiar suas campanhas.
FOCO NAS URNAS
A cientista política e professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), política Luciana Santana analisa o cenário e projeto uma atuação direcionada. “Ano eleitoral sempre é um ano em que os políticos de uma forma geral acabam mudando um pouco o foco da atividade legislativa para pensar ali estratégias para suas eleições, ou para contribuir com eleições de aliados que numa eleição próxima podem retornar, dar de novo essa contrapartida”.
Segundo Luciana Santana, o desenho de uma eleição municipal envolve todos os atores.
“No caso dessa eleição em específico, há uma movimentação nas duas direções. O Legislativo Municipal está voltado ali para pensar estratégias, para garantir a reeleição da maioria dos que ali estão. Essa seja, a meu ver, a principal meta a ser alcançada por eles e faz parte da missão política, já que eles não têm um outro cargo agora a ser disputado, senão a prefeitura e a própria Câmara Municipal. E no caso dos deputados estaduais, eles estão em busca de contribuir com seus partidos e dar apoio para essas bases eleitorais, o que acontece por meio do que acontece no município. Fortalecendo os nomes para câmaras dos vereadores e também para prefeituras. Então, há essa movimentação aí por parte do Legislativo Estadual”, avalia.
Por outro lado, Luciana Santana ressalva que para os deputados a campanha esse ano acaba sendo mais leve. “Claro, diferentemente do ano eleitoral para disputa para a Assembleia, para a própria Câmara dos Deputados, é uma movimentação talvez com menos intensidade, mas acontece porque a gente sempre fala que a política acontece no município, então é o início ali, é onde estão efetivamente as bases, então fortalecer esse elo, partir ali desses vínculos com os vereadores e prefeitos é muito importante”.