Na manhã desta quinta-feira (26), a Polícia Federal deflagrou a Operação Mercado de Dados, com o intuito de desarticular uma organização criminosa atuante nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Alagoas. A quadrilha é especializada na obtenção fraudulenta de dados de beneficiários do Instituto nacional de Seguro Social (INSS) para venda a terceiros.
De acordo com as investigações, as informações eram usadas para consultas ou para fins criminosos, como a contratação indevida de empréstimos consignados e saques irregulares de benefícios previdenciários.
A organização começou a ser investigada em setembro de 2023, e foi constatado que era composta por hackers que utilizavam técnicas avançadas de invasão cibernética para acessar diretamente o banco de dados do INSS. Na investigação, foi descoberto que servidores da autarquia que vendiam suas credenciais de acesso aos sistemas e indivíduos que comercializavam os dados obtidos para quaisquer interessados.
Nesta quinta, os policiais federais cumpriram 29 mandos de busca e apreensão e 17 mandados de prisão preventiva em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Pará, Goiás, Distrito Federal, Paraná e Bahia.
Entre os alvos, um dos investigados já foi anteriormente investigado pela Polícia Federal por burlar métodos de autenticação multifator, alterar níveis de acesso de credenciais de servidores do INSS e até utilizar certificados digitais de servidores. Além disso, três servidores e um estagiário do INSS também foram alvos da operação.
O Juízo da 4ª Vara Criminal Federal de Cascavel/PR determinou o sequestro de 24 imóveis pertencentes aos integrantes da organização criminosa, bem como o bloqueio de recursos financeiros existentes nas contas bancárias utilizadas pelos investigados, até o valor de R$ 34 milhões.
A ação contou com o apoio do Ministério da Previdência, por meio da Coordenação de Inteligência da Previdência Social (COINP).
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção, invasão de dispositivos informáticos, violação de sigilo funcional, obtenção e comercialização de dados sigilosos e lavagem de dinheiro.