Daniel Alves está com sintomas de depressão após o julgamento e vem sendo acompanhado de perto pelos funcionários do presídio onde aguarda a sentença. Segundo a emissora espanhola Telecinco, os administradores da prisão onde o ex-jogador está desde o dia 20 de janeiro do ano passado iniciaram um protocolo antissuicídio.
A jornalista Silvia Álamo relatou que o atleta tem circulado “deprimido e desanimado” pelo local: “Por medo de que ele se cortasse ou fizesse alguma loucura, ele estava com esse protocolo no dia seguinte ao julgamento”, relatou a especialista.
A ação dos funcionários da penitenciária consiste em “monitorar constantemente o brasileiro, restringir sua liberdade de movimento e controlar o acesso a objetos perigosos, evitando que ele se machuque em sua cela ou até mesmo tente tirar a própria vida”.
Plano de fuga para o Brasil
Daniel Alves segue preso, acusado de estuprar uma jovem de 23 anos em uma casa noturna de Barcelona, e ainda não teve o veredito sobre o seu caso definido. Entretanto, um ex-companheiro de cela do jogador entregou que ele pretendia fugir para o Brasil caso recebesse liberdade condicional.
“Se lhe concederem a liberdade provisória até o julgamento, ele vai para o Brasil de certeza”, declarou o rapaz, que terá sua identidade revelada ainda neste final de semana, em declaração ao TardeAR, programa de televisão português.
Daniel Alves prestou depoimento sobre o suposto crime no último dia 7 de fevereiro. O julgamento, realizado pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, durou 3 dias e agora o jogador está aguardando, ainda preso, pela sentença.
O jogador brasileiro chorou durante o depoimento e relatou bebedeira no dia do suposto estupro em uma boate: “Pedimos cinco (garrafas) de vinho, um uísque e um saquê. (Tomei) mais ou menos uma e meia ou duas garrafas de vinho, e um copo de uísque”, declarou o atleta, no início da oitiva.
Conforme relatou a imprensa espanhola, Alves alterou o seu depoimento pela quinta vez e, agora, alega abuso de bebidas alcoólicas no dia em que o crime teria acontecido.
Na Espanha, o consumo exagerado de álcool é um atenuante que pode reduzir a pena do crime pela metade.
Em seguida, o jogador negou, novamente, que tenha forçado a denunciante a praticar relações sexuais. “Ela estava na minha frente e começamos a relação. Lembro que ela sentou em mim. Não sou um homem violento. Não a forcei a praticar sexo oral forçadamente”, relatou Daniel Alves.
O réu foi ouvido após o depoimento da vítima e de todas as testemunhas citadas no processo. No último dia 7, médicos e psicólogos forenses também foram ouvidos no tribunal.
Primeiro dia de julgamento
O julgamento do brasileiro começou na segunda-feira (5/2), dia em que a vítima prestou depoimento e reafirmou ter sido estuprada por Daniel Alves. Ela falou durante 1h15 e contou detalhes da noite e do momento em que afirmou ter sido abusada sexualmente.
Além da jovem espanhola, outras cinco testemunhas falaram ao tribunal na primeira sessão de julgamento; dentre elas, a amiga e a prima da suposta vítima, que acompanhavam a mulher no dia do ocorrido.
Segunda sessão
O segundo dia de julgamento contou com o depoimento de 22 testemunhas, incluindo funcionários da boate, amigos de Daniel Alves e a esposa do jogador, Joana Sanz.
Em depoimento alinhado com a defesa do atleta, Joana Sanz afirmou que, após a noitada, o marido chegou à residência da família completamente embriagado.
A terceira e última sessão de julgamento ainda está em andamento e seguiu para as considerações finais da promotoria após o fim da declaração do jogador.