Faz mais de um mês que o telefone da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa de Maceió, a Semce, está com o telefone fora do gancho. Tudo para não dar satisfação sobre a verba federal da Lei Paulo Gustavo, que deveria ter sido repassada aos artistas contemplados em editais, mas, até hoje, não se sabe onde foi parar.
"O prefeito só trabalha com mídia, então fez plantão o mês inteiro na festa para garantir o engajamento. Trabalhar que é bom, pelo visto, nenhum dia. Telefones de órgãos públicos não atendem, o secretário de cultura, que é o filho de um vereador, se esconde. A funcionária responsável, Dayse Cahet, ignora mensagens e zomba de quem quer apenas ter seu direito garantido", afirma Juliana, artista maceioense e membro do Comitê Paulo Gustavo.
A falta de diálogo de gestores e funcionários da Semce culminou na desconfiança entre os artistas, que chegaram a fazer um protesto em frente à prefeitura municipal.
"Apesar de não existir explicação plausível para executar um recurso que está há mais de um ano na conta da prefeitura, ou deveria estar, queremos ao menos uma resposta e solução rápidas. O grande problema é que essa gestão age como se fossem donos dos cargos que ocupam. O recado é esse: o cargo é público, se não tem competência para ocupar, peça exoneração", completa Antônio.
A Lei Paulo Gustavo, do governo federal, destinou R$ 8 milhões para a capital alagoana. Os pagamentos da Lei Paulo Gustavo, conforme editais publicados pela própria prefeitura de Maceió, deveriam ter sido realizados, em prazo máximo, até o dia 31 de maio. Para se ter uma ideia, Maceió é a única capital brasileira que não executou a lei emergencial, ainda relativa à pandemia.
"Queremos saber também dos vereadores de Maceió, do Ministério Público, onde já fizemos representações, essa cidade não tem lei? As autoridades estão mesmo acovardadas diante do João Henrique Caldas? Alguém sabe responder?", finaliza um artista que, temendo represálias, preferiu não se identificar.