Prata de manhã, ouro à tarde. Segunda colocada no arremesso de peso F54 na primeira sessão desta segunda-feira, Beth Gomes voltou ao campo do Stade de France e dominou a final do lançamento de disco F53, para atletas que competem em cadeira de rodas, faturando a medalha de ouro com direito a recorde paralímpico, com 17,37m. A prata ficou com a japonesa Keiko Onidani, que atingiu 15,78m, e o bronze foi para a ucraniana Zoia Ovsii, com 14,17m.
Beth, que foi ouro na prova na classe F52 em Tóquio 2020 e é a atual tricampeã mundial na F53, foi a primeira a entrar em ação na final e viu todas as rivais tentarem, sem sucesso, alcançar suas marcas. Logo no segundo lançamento, fez 15,73m, superando o antigo recorde paralímpico de 15,48m, que pertencia à ucraniana Iana Lebiedieva. Na terceira tentativa, foi ainda mais longe, com 16,75m, e na quinta fez o lançamento que garantiu a primeira colocação: 17,37m, novo recorde paralímpico. A brasileira ainda fechou a disputa com um 17,05m. Ainda que as marcas impressionem, Beth não chegou nem perto de seu recorde mundial na prova, que é de 18,45m.
No salto em distância classe T36 (paralisados cerebrais), o gaúcho Aser Ramos conquistou a medalha de prata com um salto de 5,76m, superado apenas pelo atleta neutro Evgenii Torsunov, que fez 5,83m. É a primeira medalha paralímpica do saltador, que até então tinha como maior conquista o ouro na mesma prova nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023. Outro brasileiro na prova, o goiano Rodrigo Parreira terminou na sexta colocação, com 5,60m.
Nos 100m T63, para atletas amputados de membros inferiores com próteses, Vinícius Rodrigues conquistou sua segunda medalha em Paralimpíadas nesta segunda-feira ao faturar o bronze com 12s10. O ouro ficou com o americano Ezra Frech, que fechou em 12s06, e a prata foi para o dinamarquês Daniel Wagner, que fez 12s08.
Nos 100m T11, para atletas com deficiência visual, Jerusa Geber brilhou ao quebrar o recorde mundial da prova na semifinal, com 11s80 (superando os seus próprios 11s83). Ela e Lorena Spoladore serão as representantes do Brasil na final da prova, nesta terça-feira.
O dia começou com o Brasil subindo duas vezes ao pódio no Stade de France. Na sessão da manhã, Claudiney Batista conquistou o tricampeonato do lançamento do disco F56 (para pessoas que competem em cadeira) quebrando o próprio recorde da competição com 46,86m. No arremesso do peso F54, Beth Gomes faturou a prata quebrando o recorde mundial da classe F53 - como competiu em uma categoria de menor comprometimento físico-motor que a sua, acabou na segunda posição. A paulistana teve dois arremessos queimados, mas cresceu no fim e conseguiu o arremesso de 7,82m, sete centímetros a mais do que então recorde mundial.