Foi lançado na manhã de segunda-feira (3), pelo Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), o livro “A Imprensa Alagoana no Ocaso do Império”, de autoria do professor e historiador Douglas Apratto Tenório.
A obra inédita é um apanhado de notícias recortadas de mais de 100 jornais e revistas que circulavam em Alagoas no período de 1878 a 1889, os últimos 12 anos que antecederam a queda do regime imperial e o nascimento da República Brasileira, focando no comportamento da imprensa frente à efervescência dos acontecimentos da época. O estudo feito quase 50 anos atrás compôs a monografia de conclusão do curso de Mestrado do professor Douglas Apratto, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“Nos jornais se encontram sutilezas e ideias que expressamos e o passado de uma comunidade. Momentos marcantes de um tempo e o entendimento de como pensava a sociedade, ou parte dela, naqueles tempos idos. Este livro é um reencontro com minha história e com o tempo que já se foi”, ressaltou Apratto.
O secretário de Estado da Comunicação, Joaldo Cavalcante, destacou que o lançamento do livro de Douglas Apratto marca a passagem dos 216 da criação da imprensa brasileira, comemorado no último dia 1º de junho.
“Esse conteúdo só reforça uma conceituação que o nosso querido e saudoso José Marques de Mello fez sobre o nosso Douglas, que, como tantos outros, é representante de uma escola, de uma geração que se afastou um pouco do academicismo e se aproximou da sociedade. E, ao se posicionar no dia a dia, também utiliza a narrativa cotidiana como forma de sustentação e de reafirmação de uma obra, de um conteúdo literário. E aí, a literatura e o jornalismo, terminam sendo irmãos siameses, porque os historiadores são, sobretudo, comunicadores também. Não há como separar”, pontuou Joaldo.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas (Sindjornal), Alexandre Lino, disse que o livro homenageia o Dia Nacional da Imprensa e que todos os comunicadores e a sociedade em geral são premiados com a obra.
“Nós somos premiados com uma obra tão importante do professor Douglas, que a Secom, através do secretário Joaldo Cavalcante, lança para a sociedade, e mostra a importância de defendermos a imprensa. Seja a imprensa lá no passado, como eu tive a oportunidade de ler esse livro com um pouquinho mais de antecipação do que vocês, e tive a sorte de descobrir que a imprensa tinha vários jornais: feministas, abolicionistas, socialistas. Ou seja, várias visões da sociedade. E, é isso que a imprensa faz. Ela oferece ao cidadão a oportunidade de tomar decisões. E esse é o nosso trabalho. É um trabalho que tem que ser defendido em toda a sociedade. Porque somos nós, profissionais da imprensa os guardiões da democracia, da cidadania e dos direitos humanos”, declarou Lima.
O secretário de Ciência e Tecnologia, Fábio Guedes, destacou a importância do historiador e de sua obra para as novas gerações. “É um jovem contando a história de Alagoas e que tem, certamente, ainda muito por revelar e popularizá-la de uma maneira bastante objetiva para que chegue aos nossos jovens. Que a obra seja também utilizada em nossas escolas, sobretudo no ensino médio”, diz.
O deputado federal Paulão (PT) destacou o perigo que representam as fakes news e o controle dos meios de comunicação para o estado democrático. “Por isso a importância de saber um pouco a história, como a que o professor Douglas está projetando com os vários jornais em sua obra. O segredo é esse, é a multiplicidade. O segredo da democracia não é conviver com os iguais, é conviver com os diferentes e compreender as diferenças. Então Douglas como sempre você é um intelectual que está todo dia exercendo a atividade, mas lançando obras fundamentais que são cimentos da cidadania”, salientou.