O projeto "Audiodescrição: Estratégias de Inclusão na Rede Pública de Educação Básica" teve sua idealização a partir de experiências internas do núcleo de acessibilidade da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Seu principal propósito é capacitar os professores para a utilização da audiodescrição no contexto escolar cotidiano. Em todo o Brasil, 400 profissionais da educação básica foram selecionados para participar do curso.
Os cursistas foram distribuídos em 16 equipes, cada uma com um tutor designado, e integrados em grupos de WhatsApp para facilitar a comunicação. Além disso, aproximadamente 40 pessoas estão diretamente envolvidas no projeto, desempenhando funções nas equipes pedagógicas, de criação, supervisão e tutoria. Todos são profissionais qualificados, com expertise prática, especialmente em audiodescrição.
“Nós trabalhamos com afetividade, amorosidade, cuidado, humildade e transparência. Compreendemos a diversidade que trabalhamos, cada pessoa vai trazendo sua forma própria de abordar”, explica a coordenadora do curso, Danielly Spósito.
A audiodescrição é um recurso valioso que narra as imagens, facilitando a compreensão de conteúdos audiovisuais por pessoas com deficiência visual, intelectual, dislexia e idosos. O curso incentiva os professores a repensarem suas práticas e a criarem atividades e ações acessíveis para todos. Segundo Danielly, muitas vezes, as práticas educacionais podem ser excludentes, mas os participantes do curso buscam avançar na qualidade e acessibilidade da educação oferecida no país.
O financiamento do curso é feito pelo Ministério da Educação (MEC), e a administração dos recursos é realizada pela Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes). A fundação desempenha um papel essencial no gerenciamento do projeto, permitindo que os envolvidos se concentrem na qualidade e no crescimento do mesmo.
“Não é casualidade que esse ano conseguimos ampliar a aprovação, porque tanto a Fundepes aprendeu sobre acessibilidade e os equipamentos de tecnologia assistiva, como a gente teve a possibilidade de focar um pouco mais, se dedicar à parte pedagógica e não se preocupar com o administrativo, com a busca de orçamentos”, enfatiza a coordenadora.
Apesar de estar presente há algum tempo, o campo da audiodescrição ainda está em fase inicial na sociedade. No entanto, é fundamental para garantir a inclusão de pessoas com deficiência na educação, desde o ensino básico até o universitário. Além do ensino, o curso visa capacitar profissionais qualificados para oferecer serviços de audiodescrição em diversas áreas, como a cultura, promovendo a inclusão de todos