Apesar de ser perseguida e ameaçada pelo ex-namorado desde o término do relacionamento, Valkíria de Brito Cavalcante, de 40 anos, completados no dia da sua morte, nunca denunciou Edvaldo Benvindo Silva, de 52 anos. Ela foi morta por ele no último domingo (25) no seu local de trabalho, uma loja de cosméticos em um shopping na parte alta de Maceió.
Evelyn Brito, de 21 anos, filha de Valkíria, disse que o comportamento do homem sempre foi estranho, e que tinha pouca aproximação com o guarda municipal justamente por isso. Ele tinha porte e posse de arma de fogo.
"Eles não tinham mais nenhuma relação. Ele tentou se reaproximar dela algumas vezes, mas ela tinha deixado claro o fim do relacionamento e até conheceu uma outra pessoa. Edvaldo não aceitava, dizia que queria protegê-la e ficou perturbando ela e muitos ao redor dela, com mensagens, áudios, mandando músicas", relatou a jovem.
A filha contou ainda que a mãe tinha medo do ex-companheiro, embora nunca tenha registrado nenhuma das agressões na polícia. "Ela tinha muito medo porque das outras vezes que tentou terminar ele ficava vigiando ela, perseguia no trabalho, no ponto de ônibus".
Conforme a filha, Valkíria e o guarda municipal se relacionaram por aproximadamente uma década e até tentaram morar juntos, mas não deu certo, segundo a filha da vítima. "Só chegaram a morar juntos durante um mês, mas não deu certo, fazem alguns anos já. Acredito que pelo jeito dele, não fui morar com eles justamente por esse motivo, não me dava tão bem com ele. Sempre achei as atitudes dele de uma pessoa desequilibrada, já havia tido algumas discussões com ele, tinha contato mínimo", relembrou Evelyn.
Valkíria estava se organizando para estudar administração de empresas e sonhava com uma vida melhor para a família. "O sonho dela era viver a vida dela bem, refazer a vida, fazer a faculdade que já ia iniciar agora. Ela fazia tudo pelos filhos, queria ver todos nós bem e felizes", completou a filha.